Cardápio METAL da Semana

segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Para todos os ‘headbangers’ gaúchos falar em Hibria é a certeza de uma banda com potencial. As demos “Against the Faceless” e “Steel Lord on Wheels” comprovavam tal sentença, não apenas para o público gaúcho como também para o público europeu. Isto porque a banda antes mesmo de ser reconhecida em todo o Brasil já havia se aventurado em alguns shows por países como Bélgica, Alemanha, Holanda, República Tcheca e Polônia, totalizando vinte e nove shows pela Europa. Parece agora que chegou a hora de todo o Brasil conhecer esta banda, que está junta desde 1997. “Defying the Rules” é o primeiro disco deles, que tem como destaque a sua produção final realizada por Piet Sielck (Iron Saviour) e está sendo lançado aqui no Brasil via Encore Records.

Iuri Sanson (vocal), Abel Camargo (guitarra), Diego Kasper (guitarra), Marco Panichi (baixo) e Sávio Sordi (bateria) são capazes de executar um heavy metal direto, pesado e sem inovações. E ainda com características próprias, climas bem oitentistas e sem deixar de lado uma pegada moderna e belos arranjos. Se “Defying the Rules” já está desde o final do ano passado arrecadando boas matérias não só na Europa como no Japão, o disco hoje tem tudo para cair nas graças de todos os fãs de heavy metal, sem exceções, aqui no nosso Brasil.


E eu realmente torço que isto aconteça, afinal estamos diante de uma grata revelação, uma banda já afinada, com potencial e qualidades para irem muito além deste disco. Para uma comprovação basta perceber as qualidades individuais de todos os músicos da banda, começando pela dupla de guitarristas, que é para mim, é o destaque de maior louvor. Riffs pesados, belos solos, arranjos de bom gosto que, graças à produção, têm como acompanhamento as linhas de baixos salientes de Marco Panichi e a bateria coesa de Sávio Sordi. Tudo isto como base para a bela voz de Iuri Sanson, alcançando tons altos sem perder afinação e qualidade.

Mas a coisa toma forma quando o CD começa a rodar. Em meio a tantas introduções banais e maçantes, o Hibria criou uma bem diferenciada e até surpreendente. Para abrir o disco de vez, a música “Steel Lord on Wheels”, uma bela composição e já bem conhecida, da antiga demo da banda. É preciso presenciar um show da banda para perceber o quanto esta música empolga um público, assim como a mais tradicional e menos rápida “Change Your Life Line”. “Millenium Quest”, a faixa seguinte, também merece um espaço entre as destacáveis do álbum, sendo uma das melhores na minha opinião. Rápida, virtuosa e pesada ela serve como contra-ponto para as seguintes “Kingdom to Share” e “Living Under Ice”.

O disco volta com grandes momentos em “Defying the Rules”, uma composição cativante, um pouco diferente da épica e arrastada “The Faceless in Charge”. Fechando, a pesada e direta “High Speed Break Out” e outra forte candidata a melhor do álbum, “Stare at Yourself”. Essa última uma composição mais melódica e arrastada. Mas de qualquer forma, não importa a faixa que você colocar para rodar em seu aparelho de CD, as qualidades do Hibria estão latentes em qualquer uma das nove composições deste disco, com certeza.

Está mais do que na hora de todos os brasileiros realmente darem valor às bandas do nosso underground, já que o Hibria não é a primeira nem sequer a última banda a despontar por aqui com tanto empenho, dedicação e qualidades para trilhar por um futuro muito promissor. Acreditem, não seria exagero meu dizer que “Defying the Rules” é um dos melhores lançamentos deste ano não só quanto ao metal brasileiro, mas quanto ao cenário mundial.

A banda paulista Tiger Cult, que iniciou suas atividades em 1996, sob o nome de Angry Angel, lançou recentemente seu primeiro álbum pelo selo DieHard Records. Este trabalho se chama Cold and Terrible; tal nome é uma "tradução" de um ambiente puramente urbano, que foi de onde a banda tirou a maior parte de sua inspiração. As faixas tratam de temas diversos, dentre elas, "Down The Bastards", "Soldiers of the Loud" e "Rock'n'Roll (Will Never Leave Me)" são "provas vivas" de que os tiger culters são devotos do verdadeiro e puro heavy metal.

Definir o estilo musical da banda é uma tarefa difícil. É uma mescla que vai desde o velho rock'n'roll até as mais atuais vertentes do metal, porém, com agressividade e feeling em alta em cada uma das maravilhosas faixas. Os destaques do álbum são... Putz, na verdade o álbum inteiro é um destaque! Todas as músicas estão no mesmo alto nível de qualidade e alma. Mas partindo de um ponto de vista pessoal, as que eu mais gostei foram "I Rule The Highway", "The Watcher" (melodia viciante), "Slave to Emptiness" (brutal e sombria), "Mad Lawyer" (no coments), e "Animus Necandi".

O time de músicos está de parabéns: todos são excelentes profissionais e os vocais de Eric Piccelli fazem perfeita combinação com a parte instrumental. As gravações foram realizadas no Nimbus Studios, que vem ganhando destaque ultimamente, e a arte foi feita por Renato Takahashi, arte essa que está equilibrada, muito bem feita e com alto grau de expressividade. O colorido foi uma excelente escolha, enquadra-se muito bem no contexto apresentado pelo álbum em geral.



Talvez pelo sofrimento e caminhos tortuosos que precisaram trilhar, e pelos obstáculos que precisaram ultrapassar é que “Elemental” mostre uma consciência batalhadora e uma coesão harmônica tão madura. “I got a feeling I can hardly express; I see a fucking tough journey coming along in the air” – essas linhas são entoadas por Jan, vocal do grupo, dando a entender que a vida sem a luta é apenas existência.

Esse prisma pelo qual a Cobalto faz o ouvinte enxergar o mundo permeia, de uma forma ou de outra, esse primeiro disco, que não fica só na poesia. A cozinha de primeira qualidade de Louis (batera, ex-Drearylands) e Chris (baixo) conseguem imprimir algo similar a um bloco de cimento que dão todo o suporte às guitarras muito bem sacadas de Daniel Dattoli, destilando uma pegada monstro, com muito feeling nos solos e riffs massacrantes.

Se eu disse “cimento” no parágrafo anterior, me desculpem. Era para ser “cobalto”. Para quem não sabe, esse elemento químico é elemental para numerosos organismos, incluindo os seres humanos. Essa jogada é perfeita para entender como esse debute traz uma energia como se fora uma força da natureza. Faixas como “Soul Feeder”, “Make it Clear”, “Hide Out”, “Sakya” e “Alone” são amostras de como a Cobalto, com a simples ajuda de mera oportunidade pode se transformar numa referência nacional do estilo.

“Elemental” é um disco vencedor em vários sentidos. Talvez o mais eminente deles se mostre no modo como a Cobalto venceu diversos obstáculos na trajetória não só no lado profissional como no lado pessoal da carreira do conjunto. Para quem gosta da mistura bem-feita que esse debute possui, é um item que vale muito a pena ser adquirido.

É isso aí MetalSplashers, espero que vocês tenham gostado do Menu desta semana, e não se esqueçam :
Dia 29 de Março n Hangar 110 - MetalsSplash Fest I
Keep On Rocking Friends!!!

3 Metalsplashers:

Carolina Cruz disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Carolina Cruz disse...

Como sempre, Cardápio show de bola!!!

Bjs!!!

Arteathrash disse...

amanhã tem resenha do show do in flames!!!